29 dezembro 2014

Um achado de março

"Sabe qual a pira do LSD (Ditilamida do ácido lisérgico)?
É que você passa a enxergar melhor tudo aquilo que já existia, só que você não era capaz de ver, sentir, tocar, luzes mais fortes, brilhantes? Se é uma droga que altera o seu aparelho psiquico porque não vemos isso diariamente? Se o aparelho psiquico está sempre em constante confusão, se falamos demais sempre, ou temos os 5 sentidos aguçados, porque é que só prestamos atenção em tudo isso com o uso LSD? Tudo já existia, mas tudo o que passa a acontecer é psicológico e podemos ter controle de tudo, e por que é que não temos esse controle?
Porque é por isso que nos drogamos (bebemos, fumamos, etc) para sentirmos a sensação diferente, ninguém bebe se não for para ficar bêbado."

Anotação extraída de um caderno de notas escrita por uma jovem relatando sua viagem com o LSD. Não foram feitas correções, sendo representando da mesma forma que escrito no caderno.


12 dezembro 2014

Primeira página do diário

Se passaram 21 anos de minha vida e agora decido criar um diário virtual. Não estou certo ainda quanto as razões para isso, mas a princípio (enquanto escrevo este post) é para publicar minhas opiniões e ideias de modo mais espontâneo, não se preocupando tanto com o que os leitores do conteúdo irão pensar, pois escrevo agora para futuramente poder lê-las,  ter uma noção de quanto eu mudei até determinado momento.
Minha vida, do que me recordo desde criança, sempre vem sendo mudanças seguido de mudanças, sem estabilização alguma. Minha família estava acostumada a morar um ano em cada residência e depois mudar-se para outro lugar, sempre com pretextos de que seria melhor por alguma razão, seja a distância dos parentes (que nunca visitávamos), do emprego de minha mãe ou de meu pai, da distância da escola (que não tinha qualidade alguma, só percebendo isso quase 15 anos depois), entre outras desculpas que a família sempre arruma para tomar decisões.
Vejo que essa característica, a de mudanças constantes, não mudou  em minha vida (irônico não?). Depois que completei os 18, morando em Curitiba, alternando de empregos em uma média de cinco meses, ainda, mudando de residências, outras experiências em minha vida foi me dando respostas para perguntas que fazia a minha mãe ou em orações perguntando a Deus. Algumas respostas, por mais rápidas que fossem dadas, algumas delas só fui entender em seis meses, um ano depois, dependendo do que se tratava.
O interessante até aqui é que, quando eu dizia a meu pai "Nossa, o tempo tá voando e ainda tem muita coisa que já gostaria de ter conquistado" ele dizia "iii cara, tua vida só está começando". Percebo que ele tem razão, mas ainda, não altero minha afirmação a ele, pois ainda estou aprendendo a lidar com a ansiedade.
Bom, hoje, eu também sou pai. Gosto de chamá-la de minha princesinha, mesmo eu não sendo rei, mas ainda sim, razão de muitos sorrisos esboçados nessa feição séria que eu muitas vezes carrego. Eu estava certo, ao concluir meus 21 anos, que este número de sorte me daria algo muito bom. Uma filha. Antes de ela ter nascido pensei que seria uma grande responsabilidade para a qual eu não estava pronto e nem disposto a encarar, mas, quando percebo que a vida é dada por Deus, e que ela foi entregue em minha responsabilidade, acredito que Deus acredita em mim para esta tarefa, não sei até quando, mas enquanto for, estarei de pé nesta nova etapa de minha vida, que agora, é ser homem.