18 novembro 2015

Escrever é difícil

De um ano para cá vim escrevendo muito mais do que qualquer ano e ainda sim reconheço que escrevi muito pouco. Existe muitas razões que tornam a escrita um processo árduo, mas talvez a mais importante entre elas seja o propósito a qual se escreve. Se não há propósito, não há nada. Outra razão que dificulta a escrita é a exposição que o autor está sujeito, pois de forma intencional expõem  o que há ali dentro, o que muitos desconhecem e podem ter a oportunidade de conhecer. E de forma inconsciente expõem muitas outras facetas a quais nem mesmo conhece, sendo outro perigo, pois é difícil se proteger da ameaça que não vê. É sabido que quando se escreve, se escreve para alguém, podendo ser escrito para si próprio para ser lida daqui há 10 anos, ou para um grande público desconhecido. Não importando para quem se escreve, estará sujeito ao julgamento. O julgamento geralmente é precedente da crítica, esta que todos abominam. A crítica pode ser do conteúdo escrito, das palavras mal escritas, da gramática, da concordância, coerência, coesão, acentuação, pontuação, maldição! A crítica é tão filha da puta, salvo os momentos em que ela enobrece o homem, que vem com a desculpa de que só está ali para te mostrar seu erro para que futuramente possa melhorar. Mas parece que nunca melhora, pois ela nunca vai embora. Quer abduzir os seres a serem todos padronizados de forma que percamos nossa identidade, talvez a única coisa que realmente temos de mais concreto.
Se já não fossem tantos motivos para incentivá-lo a não escrever, ou talvez se isso já não seja uma boa desculpa para não ter escrito nada, ainda sim com a "maldita" faço uso para expor o que penso na escrita. Mas para o bom leitor, ou mau, sabe que o caminho conduzido do início ao fim de um post de blog é apenas um roteiro e que mais valioso que o roteiro seguido é a experiência que se tira na viagem percorrida.
Porque no final das contas é isso mesmo! Não lembro-me de quando nasci e é bem provável que não me lembrarei do momento em que partir. Mas o que me faz ser o que sou  é tudo o que vivi, não competindo importância com acontecimentos iniciais ou finais.

O importante mesmo é que um pouco eu vivi. Melhor não ler o que escrevi para que não apague e já diga outra coisa ...