2. Porque de todas as extremidades vem o desiquilíbrio! O excesso é o que a própria palavra diz em si mesma, é excesso.
4. Defender A ou B é tarefa para advogados. Julgar se será A ou B é tarefa para o juiz.
5. Um grande número segue uma ideologia, fazendo dessa luta a sua vida. Mesmo depois que o tempo passa e a guerra acaba, ainda encontra-se guerreiros defendendo ideias mortas.
6. Todas as ideias que são julgadas como boas há para cada uma delas uma contra-ideia, uma antítese.
7. As melhores ideias não se faz necessário discuti-las, pois são melhores que as outras de forma que elas em si mesmas convence a oposição. O que tem valor de verdade tem valor em si mesmo.
8, O fanático pode ser chamado de tolo, mentecapto, mas não é morno, Ou é quente demais ou frio demais, não tem meio-termo.
9. Na defesa de uma ideia, uma ideologia, uma religião, uma filosofia, um modo de se conduzir a vida, nenhuma delas está contido de amor universal, mas de amor próprio, egoísmo! Até mesmo as ideias que são fundamentadas na democracia, no amor, no utilitarismo, na preocupação com o próximo, com os mais pobres, com os mais fracos, não importa no que esteja fundamentada, a ideia é defendida primeiramente com o interesse próprio daquele que a defende, mesmo que ele mesmo, o indivíduo que defende tal ideia, não saiba disso. O amor ao próximo existe depois que o amor próprio se beneficia da alegria do próximo, fazendo com que a própria alegria seja a alegria do outro - amor ao próximo. Em essência é só ego,
10. Não existe bem ou mal, sacanagem ou bondade, O que existe são pessoas sádicas, pessoas masoquistas, emotivas, autoritárias, passionais, racionais, irracionais, altruístas, melancólicas, com fé, sem fé, cristãos, judeus, budistas, hindus, agnósticos, ateus, místicos, cozinheiros, policiais, bandidos, traficantes, donas de casa, carpinteiros, artesãos, hippies, lideres espirituais, presidentes - o que existe são pessoas, que são organismos, que estão na busca de prazer e que há grupos destes que são maiorias e grupos que são minorias. O bem e o mal passou a ser relativo quando entramos na pós-modernidade, pois se considerarmos o subjetivo, aquilo que só se diz respeito ao indivíduo, os valores são diferentes, bem e mal são valores, troca-se.
11. Todo julgamento é injusto, pois é impossível conhecer todos os fatos que levaram um indivíduo a agir da maneira que agiu e supor que poderia ter agido de modo diferente daquele que escolheu agir.
12. Ninguém se conhece em sua totalidade. Quanto ao que conhecemos sobre o outro diz mais respeito sobre nós do que especificamente do outro, pois é apenas julgamentos formulados pela razão que foi alimentado pelos sentidos da percepção. Audição, visão, tato, olfato, paladar e imaginação são o que alimentam o julgamento que temos sobre o outro, mas não é o outro.
13. Estamos em uma grande peça chamada vida, qual temos liberdade de escolher o papel que nos cabe segundo as circunstâncias da peça. Os expectadores são os próprios artistas e talvez alguns outros mais que não temos consciência de tal. O diretor fala através de vias abstratas, pois se fosse objetivo tiraria a liberdade do ator de ser autor, talvez por isso seja ele o melhor diretor. Ele fez dessa forma para que se tenha uma boa história, pois se coubesse a nós escrever a história de acordo com os sentimentos primitivos, emoções, escreveríamos nossa história apenas com alegria e não causaria nenhuma surpresa, nenhuma outra emoção naquele ou naqueles que nos assiste, assistem.
14. A frustração, o sofrimento, o medo e todo sentimento que é julgado de natureza ruim são ferramentas naturais para mudar os rumos de um determinado indivíduo. Essas sensações são tão incomodas que direcionam o indivíduo para um ambiente que não contenha tais sensações. Por isso, são considerados agentes transformadores, necessários para a concretização dos objetivos de um indivíduo.
15. Muitos dizem ter sonhos não alcançados, mas não sabem dizer o que sonharam ontem. Quando dizem, é o sonho de hoje que deseja que seja o amanhã. O amanhã chega e o sonho já é outro. Seres infelizes estes que não são capazes de desfrutar os sonhos que foram recentemente conquistados e já desejam que outro se realize para que seja substituído por outro sonho e assim sucessivamente. Esses seres simplesmente passam na vida, pois mal lembram de sua própria história, caindo no esquecimento.
16. A maioria pensa no amanhã e esquece do hoje. Estes são os estressados ou frustrados de o amanhã ainda não ser o hoje. Outra parte sofre com o passado que deixou de ser hoje e acreditam que nunca haverá melhor momento no presente que já houve no passado. Estes estão com a sentença da depressão, da melancolia, pois não tem esperanças de desfrutar momentos melhores e deixa que estes momentos passem sem que eles notem. Há uma menor parte que importasse unicamente com o hoje, pensando que não há o amanhã e que nunca houve o passado, e se houve, já é passado. Estes ora sofrem com o trabalho, ora com a fome, com a falta de afeto, com a falta de recursos, enfim, sempre é um novo sofrer, que sempre repete e deixa de ser. De qualquer modo, para todos eles sempre há um momento alegre. Para o que vive o amanhã se entusiasma em falar de como será o dia em que desfrutará da alegria que almeja. Daquele que vive no passado fica feliz em reviver em suas memórias o momento em que alguma vez teve prazer. O que está no presente se alegra com toda possibilidade de aumentar sua potência de ser e principalmente de viver. Se me perguntar qual é o certo e o errado, não saberia responder, mas diria que provavelmente o mais feliz desses, e que dificilmente se encontra, é aquele que consegue relembrar momentos alegres, viver no presente momentos alegres e ter alegria em pensar na possibilidade de desfrutar o momento futuro. Mas não se esqueça que tudo isso ocorre no presente.
17. Muitos se dizem obrigados a fazer algo em decorrência de que algum medo possa ser realizado. Vivem no medo, pelo medo e por causa do medo. O medo é a ferramenta de persuasão mais efetiva, uma vez que depois de usada com eficácia no indivíduo não é necessário mais nenhum trabalho para continuar controlando-o.
18. A moralidade é uma convenção de ideias criadas para controlar uma determinada sociedade, tanto que ela é diferente de acordo com os povos, histórias e a cultura de uma forma geral. O mais interessante é que aqueles que legislaram e legislam a moral, que obrigam o exercício da moral e que julgam as ações como morais ou não morais, são aqueles que a moral, que é democrática e se aplica a todos, não se aplica, não funciona, não vale, havendo sempre exceções imorais que os privilegiam. Dessa forma, só podemos concluir que a moral é um instrumento de poder, de controle, de persuasão e manipulação - é tudo mesma merda.
19. Maioria das pessoas tendem a julgar os outros por aquilo que julgam agir da maneira adequada. Quando estes julgadores são julgados por aqueles que eles julgaram ou fizeram seu julgamento, tendem a legitimar sua ação por desculpas que eles mesmos não desculparam quando ocorreram com o outro, com o próximo. Tendemos a legitimar as nossas ações e deslegitimar as ações dos outros, isso quando nos afeta de alguma forma.
20. O que é superficial é facilmente entendido pelos olhos, o que é profundo só poder ser entendido pelo cérebro.
Aprendemos em casa o que deve ser feito quando alguém nos oferece drogas. Depois nos ensinam na escola. Depois observamos as propagandas se esforçando para fazer um papel educativo. Depois ouvimos a opinião dos colegas de vidas perfeitas. DIGA NÃO AS DROGAS! Quem nunca viu ou ouviu isso? Será que já não bastaria nos ensinar o que são as drogas, os seus efeitos, suas consequências e todo encadeamento de violência e corrupção que ela decorre? Precisamos de pais que nos controlem e nos digam o que devemos fazer durante a vida toda? Saber aquilo que nos prejudica e prejudica o outro já não é suficiente para nos dar direção de nossas ações? Quem quer vai atrás, quem não quer não vai, quem tem medo se deixa manipular por um ou por outro. Queremos uma sociedade constituída por medrosos?
Ah, mas ouvir e seguir a maioria é ser como a maioria.
Sabemos como é a maior parte do mundo, como é a tal maioria das pessoas, a opinião de senso comum, no que a maior parte acredita, de que forma a maior parte vive. Maior parte das opiniões, na prática, não serve de nada, a não ser que o bom é estar em conformidade com a maioria. A maioria se sente invejada pela minoria, pois, por serem em maior número, tem a certeza que são os mais fortes. Estão certos! Mas isso acaba implicando em suas cabeças, cabeças de maioria, que serem os mais fortes implica em serem os mais inteligentes, mais bonitos, mais corretos, mais legais, mais tudo o que há de bom no mundo. É aí que te pegamos, bando de caretas conformados com a vida do jeito que só poderia ser - aí está a desgraça para a maior parte!
Lembre-se que toda evolução implica no rompimento de um paradigma vigente e que todo crescimento está linkado com as dores do processo de crescer. Saiba para onde está indo que toda dor passará a ser desafios superados para chegar-se no destino. Reclamar sem nada fazer é continuar a usar aquilo que diz que é ruim, assim, te caracteriza como ingrato. Ou seja, reclamar aquilo que usa é ser ingrato, é a ingratidão em si. Você está livre para ser ingrato, para ser benévolo, maléfico, escravo, senhor, para tomar as ações que seu julgamento decidir. Não há restrições além daquelas que você mesmo diz ter. Pobreza não é desculpa pra nada, nem riqueza, nem deficiência, nem nada. Cada um chega onde quer chegar, cada um julga o que quer julgar, cada um escreve o que quer escrever e cada um lê aquilo que deseja ler, porque do contrário, é feito diferente, contrário.
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Enforque-se na corda da liberdade (Antônio Abujamra)