05 outubro 2017

RESENHA: Felicidade Incurável

Felicidade Incurável - Capa do livro

Quem me recomendou este livro eu só tenho a agradecer, pois é uma leitura tranquila e que trás emoções à luz da razão, dando um melhor entendimento sobre minhas próprias emoções. Espero que eu tenha a oportunidade de lhe agradecer, pois a julgar por sua personalidade eu não sei como se sentiria se eu fizesse isso em público, talvez não se sentiria confortável com isto. De todo modo, esta resenha dará uma ideia do que senti e aprendi com este livro. Mais uma vez, obrigado.
"Diferente de você, não empobrecerei a minha vida para sofrer menos".
(CARPINEJAR, 2016. p.269)
O último conto do livro eu demorei um pouco mais para ler que o restante dos outros contos. Creio que ao total sejam mais de 100 contos. Cada um deles falam de maneira simples e direta sobre as relações humanas e outras particularidades da vida na visão do autor.
Relacionamentos amorosos, relações de amizade, paternidade, filosofia, relatos de infância, adolescência, vida adulta, uma grande variedade de assuntos sendo discutidos em 2 a no máximo 4 páginas. Alguns contos chamam mais a atenção do que outros pelo fato de identificarmos similaridades das coisas que o autor escreve com nossa vida, pois ele fala muito sobre amor e a forma de amar; do sofrimento emocional e a cura, ou tratamento, para lidar com ela; dos sonhos e a influência da cultura sobre eles; dos mais variados assuntos que em um verso lhe trás memórias de anos.

Como há muitos contos e julgo alguns serem melhores que outros (embora isso só se trate de gosto, pois basicamente todos são da mais fina qualidade), estarei escolhendo os 5 que mais me chamaram a atenção com uma breve descrição sobre a circunstância que me levou a escolher tais contos.

Há algumas semanas, ou talvez meses, eu fiz um post com o título Respeito Distante - Carpinejar, que é a representação fiel do texto encontrado no livro Felicidade Incurável. Eu publiquei este texto na ocasião em que me encontrava. Por já ter publicado este texto, não falarei sobre ele aqui, mas referencio ele para compôr parte desse quadro.

QUANDO SE QUER VOLTAR OU QUANDO JÁ DEU O QUE TINHA QUE DAR

"No tribunal cardíaco, tudo é o inverso do discurso. O que recusa a retomada da relação é o advogado de defesa. E o promotor, o que acusa, é o que estranhamente pretende inocentar a paixão".

(CARPINEJAR, 2016. p.95)
O amor e o ódio são polaridades opostas e extremas de um mesmo sentir: sentir que sua vida está dedicada àquilo ou àquele.
Quando não se ama ou não se odeia é neutro, morno, indiferente.
Quando se ama tudo o que o amado sente nós sentimos também, às vezes em dobro, às vezes nem sabemos o que sentimos, mas acreditamos que é amor.
Pois amar ou odiar não se há razão de ser, a não ser amar. Pois amar é o verbo que se justifica em si mesmo, que sua existência tem valor em sua própria essência. Odiar não.
Odiar é extremo oposto de Amar.
Odiar é a desconstrução, Amar é construir e sorrir com o início, meio e fim da obra.
Odiar é dedicar sua vida para acabar com a vida de outro, do ser odiado. É desconstruir a própria vida para se alegrar no declínio da vida daquele que é odiado.
Amar é sorrir com os detalhes, sofrer no aguardo, sonhar acordado.

É incrível como na prática muitas coisas são opostas, mas para esses sentimentos não há regras, pois são frutos das emoções, não da razão.

NÃO FAÇA SEGREDO DE SUAS ESCOLHAS

"Contar o que se vive sempre é bonito, desde que não seja a portas fechadas. O sigilo acentua a gravidade do que é dito". 
(CARPINEJAR, 2016. p.47)
Pois às vezes um desabafo vira uma investigação consensual onde seus pais, os juízes, dão sentenças a respeito das pessoas que surgem nos relatos e atribui-se recomendações do que deveria ter sido feito em relação as suas ações.
Escolher não implica necessariamente em dizer aos 4 cantos da Terra a sua escolha, tão pouco justificá-la.
Escolher implica em tomar atitudes e comportamentos diferentes das que estavam sendo tomadas em função de algo que deseja mudar em sua vida.
Falar com o mundo através de seu corpo, através de suas escolhas, pode ser muito mais efetivo que compartilhar pensamentos com pessoas que nos sentimos seguros.

LÓGICA INFANTIL

"Os pais quando conversam com seus filhos, infantilizam a linguagem de tal maneira que nem a criança entende. (...) Abusam dos diminutivos, dos gritinhos, das metáforas. Esquecem que a criança tem medo de palhaços. E que a maior graça é falar sério". 
(CARPINEJAR, 2016. p.147)
Os adultos, principalmente os pais no início de sua relação com os filhos, acreditam que a criança gostará mais dela, ou entenderá melhor, se caso for engraçado, com tom de brincadeira, parecendo debiloides.
Talvez essa crença deva vir daquelas tias gordas e meninas que ficam com seus gritinhos agudos que dá vontade de mandar tomar no c#. A censura se faz presente no momento em que devemos ser mais educados, polidos.

Minha filha sempre me surpreendeu desde o primeiro momento em que eu a vi.
Com o passar dos dias, meses e anos eu ficava ainda mais vislumbrado com sua beleza e inteligência.
Seu desenvolvimento motor, habilidade de linguagem e personalidade forte com aquele sorrisinho sapeca! Menina muleka! Sdds <3
Meus sobrinhos também têm uma lindeza e uma inteligência que só posso afirmar que toda essa benção é genética boa HAHAHA

De todo modo, gosto muito de crianças, não gosto de adultos.
Adultos são chatos, reclamões, apenas interessado em dinheiro e sexo.
Crianças gostam de sorrir, choram sem pedir licença, convidam para brincar e ficam soltos até o dia acabar.
São sinceros, consoladores, criativos e engenhosos!

MINHA OPINIÃO SOBRE O LIVRO

Gostei muito do livro, recomendo à todos. Suas histórias são instigantes, com muita coerência emocional, trás a possibilidade de risos prazerosos e nos cativa na medida que nos identificamos com o conteúdo. Carpinejar fala muito sobre os sentimentos, as relações humanas e suas problemáticas amorosas, sobre rompimentos, sobre angústia, sobre muitas particularidades da vida humana que às vezes não tomamos dimensão dela.
Quando decidi publicar um trecho do seu livro aqui no blog, pedi autorização para o autor e se surpreendeu e ficou lisonjeado com a solicitação, pois não achava aquele tipo de prática comum.

Falei que ia escolher 5 e só escolhi 3 né? Poise, se você soubesse o trabalhão que dá para escrever até aqui, me entenderia HAHAHA. Fica esses 3 e mais 1 que já tinha sido publicado (Respeito Distante).

CARPINEJAR, Fabrício. Felicidade Inucuravel. Bertrand Brasil. Rio de Janeiro. 2016.

Uma música ...

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