20 fevereiro 2018

Paixões e Despaixões: a empatia na prática

2011 - Cemitério Jd. da Saudade - Pinhais

Teve um determinado período do ano passado em que comecei a me apaixonar por uma moça.
Bela e formosa, inteligente e bem humorada, beijo gostoso e um sexo bem empolgante.
Ela não poupava elogios quando estávamos juntos e seu sorriso costumava lhe acompanhar em tudo, inclusive em sua expressão de raiva (como achava lindo!)
Ela tinha me confessado estar "perdidamente apaixonada" por mim em uma de nossas conversas.


Acontece que nossa relação amorosa não durou muito tempo.
Logo ela se desencantou por mim e paramos de nos ver.

Eu fiquei deslocado. Não sabia o que tinha feito ou deixado de fazer.
Quando perguntei a ela em nosso último encontro foi super educada e gentil, não querendo atribuir a culpa/responsabilidade de não termos ido para frente perante alguma falta minha.

No começo achei que poderia ser outro cara, poderia ter sido o tesão que acabou, poderia ter ofendido ela de algum modo, poderia ter deixado de suprir alguma necessidade ... enfim, pensei no que poderia ter feito melhor. Percebi que não fui direto e em uma outra oportunidade perguntei de forma mais direta. Recebi o feedback e me tranquilizei. Não por saber precisamente a razão (pois nunca sabemos), mas por saber que realmente não ficou dúvidas, que era aquilo mesmo: o fim.

Fiquei chateado por não termos continuado, pois você tinha nutrido um sentimento em mim que eu nem sabia que existia: paixão.
Quando soube o que era, o laço já tinha sido cortado. Tudo bem, só tenho 24 anos.

...

Logo, me apaixono por uma outra moça. Seus aspectos físicos, seu modo de enxergar o mundo, a correspondência de suas ideias e seus gostos com os meus ...suas particularidades, seu desejo, sua intensidade ... tudo de tanto que procura em uma companhia!
Me empolgo; me jogo; flutuo na imaginação do que poderíamos ser; do que poderíamos ter sido ...
Dia pós dia estamos nos desnudando - literalmente - e descobrindo o que somos; o que queremos; o que desejamos.
Dia pós dia percebemos um pouco mais do outro e descobrimos se gostamos mais ou menos.
Criamos expectativas em relação aos nossos desejos ... desejo é efêmero, muitas vezes superficial, mesquinho ... então enxergamos mais barreiras para o alcance da felicidade compartilhada ao invés de maneiras de amar e compartilhar nossa felicidade.

Sim, tenho um tesão filho da puta por você, um grande interesse, até mesmo tive um sonho contigo ... mas percebo que para mim não é suficiente se é algo que só existe em mim e não se vê pretensão de viver isso juntos.

Do mesmo modo que me apaixonei perdidamente, como chama incandescente, me desapaixonei involuntariamente, num passe de mágica ...

Efêmero ... é sim. Mas sincero, autêntico.

Agora compreendo aquela primeira paixão citada no texto.
No geral não escolhemos por quem nos apaixonamos, nem o momento em que nós se desapaixonamos.
Podemos escolher nutrir ou não esses sentimentos.
Segurar ou soltar as amarras dos relacionamentos.

Porém, é algo feito em conjunto, não sozinho.

2017 - Assim que a gente encara o que há por vir

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