14 dezembro 2017

A dificuldade de se fazer algo para o todo e para todos

Nossas emoções e sentimentos são tão particulares, tão pessoais, tão íntimas que só dizem respeito a nós mesmos e mais ninguém.
Compartilhar isso com o todo e com todos é uma tarefa impossível.

Não que não seja possível retratar isso, pelo contrário, a escrita, os desenhos, a música entre outras variadas formas de manifestações artísticas estão aí para ajudar nesse processo de transmissão.
Entretanto, o entendimento que se tem a respeito de algo particular é também particular, de modo que deixa de ser o que era para ser aquilo que se é entendido.

Por isso, todo texto que escrevo, vídeos que faço entre outras coisas, pode ser captado de modos diferentes. O interessante é que quando se fala da superfície, ou seja, daquilo que aparenta, o coletivo compartilha uma ideia comum daquilo que interpreta (mesmo em muitos casos não havendo consenso ou unanimidade).

Mesmo quando se compartilha algo para o todo, é uma pequena parcela desse todo. Esses filtros estão relacionados aos interesses de cada um, ao tipo de coisa que cada um gosta de ler ou ver, ao que gosta de se informar ou saber a respeito ...

Não sei quem é você que lê os textos que escrevo aqui, neste blog, mas se tem acompanhado alguns de meus textos, deve ter percebido que apesar de eu falar sobre tudo, sempre estou falando sobre mim mesmo, sobre minha percepção de mundo, sobre minhas experiências, sobre minha perspectiva, mesmo que isso às vezes implique em falar sobre outras pessoas, ou linka-las aqui de algum modo.

Também deve ter percebido que muitas vezes trago à reflexão coisas do cotidiano, que geralmente fazemos no automático e nem temos tempo para perceber o porque fazemos as coisas do modo como fazemos. Talvez esses parágrafos que você lê por aqui lhe traga algumas sensações, alguns pensamentos que fazem valer a pena ir até o fim, ou mesmo voltar aqui para reler ou ler outro texto.

As motivações que cada um carrega dentro de si é um mistério, mesmo para aquelas que carregam, mas de todo modo, é o que impulsiona elas a continuarem a fazer o que faziam, ou mudar e seguir um outro caminho.

Não, não tem como eu agradar a todos, nem como escrever a todos, nem mesmo conseguir alcançar as pretensões que tenho com toda a diversidade existente. O que posso fazer é uma terapia comigo mesmo através daquilo que escrevo e dar a oportunidade para alguém que tenha algum interesse nas coisas que penso de interagir comigo de uma forma fora do comum que vemos ao longo dos dias da semana, ao longo da rotina que muitas vezes você já sabe o que as pessoas irão lhe dizer, pois é um ciclo de padrões se repetindo ao longo da existência, assim como as estações do ano, os meses, as semanas, as horas, a rotina.


Nenhum comentário:

Postar um comentário

Enforque-se na corda da liberdade (Antônio Abujamra)