Um soco na boca do estômago é previsível por alguns milésimos de segundo, suficiente para saber que você perderá o ar e se ajoelhará no chão desesperado para que seus pulmões recuperem todo o ar que agora foi esvaziado.
agora, quando uma palavra te dá um soco na boca do estômago, você não estava esperando.
Nem mesmo por um milionésimo de segundo!
você não se ajoelha, nem tenta recuperar o ar
porém, tenta recuperar a órbita que deixou quando foi trazido um amontoado de lembranças que estavam há um bom tempo dentro de caixas empoeiradas.
toda uma realidade passando em milionésimos de segundos
toda uma possibilidade de história que deixou de ser e agora suscita ser qualquer coisa de algo.
ou aquela imagem que mexe com seus desejos mais profundos e estimula obscenidades idealizadas por um lapso de desejo?
tantas coisas acontecem com tantas coisas pequenas ...
tantas coisas pequenas fazendo acontecer tantas coisas ...
tanto de tão pouco, que faz total diferença
ou tudo que se tem que é a própria indiferença
sabe-se lá!
independentemente, se tu crês que nada é por acaso, então, tu farás o acaso de ser o que gostaria de ser um caso.
se não crês, fica a mercê da possibilidade de quem cria aquilo que idealiza
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Enforque-se na corda da liberdade (Antônio Abujamra)