Enquanto espera por seu jardim, distrai-se com o cotidiano no embaraço de um encanto.
A inquietação faz essa flor vibrar e as conversas internas, de uma certa forma, embaraçar.
Em tal embaraço seu jardim chega e pode embarcar para completar o jardim.
Jardim Cláudia
Dentro do jardim pude vislumbrar a flor por alguns instantes. Parece que esta flor tem encarado muitos dias de Sol quente e muitos dias de chuva forte. Há uma certa ternura. Há curiosidade. Há inquietação.
No silêncio o botânico observa e pensa que um pouco mais de atenção poderia ter sido dado a esta flor para que sua função possa ser exercida no mundo de forma plena. E se tu não tem sensibilidade para saber a função de uma flor, digo-lhe, trazer alegria a quem a contempla. Trazer paz a quem admira. Lembrar da superioridade Cósmica perante a criação Divina.
O silêncio diz o que a boca não diz, pois se traduz em momento. O botânico interpreta o silêncio da flor:
Estou aqui! Elogia-me! Vislumbra-me! Admira-me!
No mundo das flores não existe egoísmo. No mundo das flores existe o jardim. A beleza do jardim está em seu todo, não em uma única flor. Há flores que num dado momento são admiradas e direcionada a atenção a elas, esquecendo-se das outras. Mas o admirador logo irá vislumbrar outra, uma rosa, uma tulipa, uma violeta, uma orquídea, uma margarida, um girassol ... existe tantas flores! Talvez ao encontrar o Amor-perfeito o admirador colha-a e leve para casa para que todas as manhãs possa admirar e para que todas as noites possa agradecer seu encanto.
Lembre-se, a flor precisa só de um pouquinho de água, um pouco de Sol e muito carinho. Isso é suficiente para que se tenha uma flor bela e admirável durante muito tempo.
Bom, aquela flor foi para outro jardim, e aliás, um jardim diferente daquele que o jardineiro conhece. Talvez isso mude seu nome. Eu talvez daria seu nome de Flor de Jesus, mas acredito que essa flor queira migrar para algo mais Cult e prefira um nome internacionalizado. Cabe a ela escolher sua identidade, assim como qualquer outro ser.
"Quem irá dizer que não existe razão?"
Nunca lerei algo mais compatível.
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