Ética e Vergonha na Cara! - Capa do livro |
O livro Ética e Vergonha na Cara! é escrito em forma de diálogo por
Clóvis de Barros Filho e Mario Sérgio Cortella que debatem sobre as questões
éticas que encontramos no dia-a-dia e sobre os principais pensamentos sobre o
assunto, fazendo ganchos das reflexões atuais com as que vigoravam em épocas
mais remotas, como o pensamento ético na civilização grega, esta que por sinal
é mencionada como os pilares da sustentação do pensamento ético existente
atualmente. A citação da primeira página, de Rui Barbosa, ilustra com maestria
o que será abordado ao desenvolvimento do diálogo, sendo a seguinte citação “De tanto ver triunfar as nulidades, de tanto
ver prosperar a desonra, de tanto ver crescer a injustiça, de tanto ver
agigantarem-se os poderes nas mãos dos maus, o homem chega a desanimar da
virtude, a rir-se da honra, a ter vergonha de ser honesto”.
Esta citação retrata o perfil do brasileiro trabalhador, honesto que acorda cedo todos os dias para trabalhar e volta tarde para casa por ter uma carga horária alta e dificuldades na infraestrutura da cidade que impossibilita-o de chegar mais cedo e com mais comodidade, se já não contar com a criminalidade que o preocupa! De tanto ver a impunidade reinar e perceber que os bandidos, aos olhos da sociedade, possuem mais direitos que deveres e fazem-se duvidar da justiça, da bondade, da honestidade, da honra, da ética. A ética da conveniência é o que prevalece em uma sociedade que já se confunde os valores e se escolhe de acordo com “O que é melhor pra mim”. O relativismo e imediatismo tornam-se a regra, a justiça a exceção.
Esta citação retrata o perfil do brasileiro trabalhador, honesto que acorda cedo todos os dias para trabalhar e volta tarde para casa por ter uma carga horária alta e dificuldades na infraestrutura da cidade que impossibilita-o de chegar mais cedo e com mais comodidade, se já não contar com a criminalidade que o preocupa! De tanto ver a impunidade reinar e perceber que os bandidos, aos olhos da sociedade, possuem mais direitos que deveres e fazem-se duvidar da justiça, da bondade, da honestidade, da honra, da ética. A ética da conveniência é o que prevalece em uma sociedade que já se confunde os valores e se escolhe de acordo com “O que é melhor pra mim”. O relativismo e imediatismo tornam-se a regra, a justiça a exceção.
A ética é apenas uma palavra para designar uma idealidade inalcançável e
impraticável? A ética é apenas um papo de boteco em que se utiliza como bordão
para designar as ações de um determinado alguém? “Que falta de ética!”, “Isto é
antiético!”, “Você deve estar inteirado com a ética profissional de sua empresa!”.
Talvez você já tenha escutado isso pelo menos uma vez. Ética é uma palavra da
moda e que se confunde com moral. Mas então o que é ética e o que é a moral?
Segundo o dicionário Michaelis, ética
vem do grego ethiké e significa
estudo dos valores morais e os princípios ideais da conduta humana e moral é “parte da filosofia que trata dos atos
humanos, dos bons costumes e dos deveres do homem dentro de uma sociedade”.
Ora, então seria certo considerar a ética como uma área de estudo em busca de
uma idealidade e moral como tudo aquilo que se diz respeito aos atos de um ser
dentro de uma sociedade que irá variar de acordo com a cultura, classe social e
tempo histórico. Veja, apesar de se confundirem os termos por seus significados
eles contêm significância que se diferem na prática. A ideia do livro é
apresentar ao leitor os diversos tipos de ética que são encontrados e traçar um
paralelo como comparativo entre as éticas existentes, além de elucidar ao
leitor o que é a moral e como ela é identificada.
O tema da corrupção é incansavelmente discutido pelos professores, sendo ilustrados
casos de corrupção e suas implicações. Também é abordada a estrutura de outros
países em relação ao Brasil e o modo de como é tratada a corrupção, levantando
questionamentos acerca da escolha individual que cabe a cada cidadão de uma
nação. A corrupção é uma escolha? A ética é relativizada de acordo com a
bagagem cultural de uma população? A razão da corrupção ser mais comum em
países que a população é pobre, isso implica em dizer que quanto mais pobre é a
população mais corrupto será seu governo? A corrupção dentro das empresas é
caracterizada por sua massa trabalhadora? Pelo pensamento de Clóvis e Cortella
a corrupção é uma escolha ética, ou seja, é uma escolha, não uma consequência.
A desculpa dada pelo corruptor passivo (uso este termo para identificar aquele
que consente com a corrupção, podendo ser um praticante ou não deste tipo de
comportamento) é que só é desse modo porque o SISTEMA é assim. Ora, isso
implica em dizer que não teremos avanços em qualquer esfera do conhecimento e
da evolução humana que seja caracterizada como um SISTEMA, pois a afirmação "o
sistema é assim" é como dizer "conforme-se com isto, é assim mesmo,
não compete a nós mudarmos". Lembre-se, todo e qualquer sistema é uma
criação humana condicionada por vários fatores que o compõem, logo, qualquer
intervenção de melhoria só pode ser iniciado por quem está diretamente ligado a
prática e à consequência de um ato corruptivo. A ética é defendida no livro
como uma escolha, ou seja, está ligada a liberdade, a possibilidade de
escolhermos o que queremos, isto é, de escolhermos o que acreditamos ser melhor
para nós como indivíduos. Ética também é a inteligência que compartilhamos para
sabermos qual o melhor modo de se viver em sociedade. Por isso, para Cortella,
a palavra “escolha” é a chave para designar o que é ética no dia-a-dia.
A conversa do professor Clóvis e do professor Cortella irá conduzir o
leitor a entender a razão e a importância das escolhas, da atribuição de valor
para tal ação, das referências de contraste na atribuição de valor, na falta de
“receitas de bolo” para se escolher o certo, sobre os valores éticos que se
evidenciam no cotidiano e a razão do porque dizerem que “hoje os valores se perderam”!
É ressaltado também que aparentemente o ser humano é o único ser vivente que
detém o poder da escolha, da liberdade, e que muitas vezes isso se torna motivo
de frustrações, pois a liberdade implica na responsabilidade, como já diria
Sartre “Estamos condenados a sermos livres”.
Com toda certeza é uma leitura que elucida o autor em relação à
realidade, bem como lhe dá entendimento para suas próprias escolhas. Por isso,
é uma leitura contemporânea, que se refere a seu tempo e posso dizer que pela
abordagem do livro, jamais deixará de ser atual, recomendando-se a leitura para
quem busca refletir sobre as ações humanas e sobre as motivações que se
evidenciam nos fins.
Clóvis de Barros Filho e Mario Sérgio Cortella, Ética e
Vergonha na Cara!, Campinas, SP: Papirus 7 Mares, 2014. - (Coleção Papipus
Debates)
Também tem o vídeo no Youtube que mostra o diálogo dos professores acerca desta obra, respondendo perguntas e levantando outras reflexões pertinentes à ética.
Também tem o vídeo no Youtube que mostra o diálogo dos professores acerca desta obra, respondendo perguntas e levantando outras reflexões pertinentes à ética.
Perfeita Resenha! Parabéns.
ResponderExcluirMt Obrigado! *-*
ExcluirPode colocar o nome no final, por favor, rsrs
Ficarei super feliz com você ao ver seu comentário e sua opinião aqui no Blog em relação a esta Resenha. Digo que o trabalho de fazer resenha, ler o livro e buscar escrever uma resenha de qualidade, custa bastante tempo e dedicação.
ResponderExcluirSe quiser conversar sobre a resenha estamos aí para isso HAHAHA
Muito boa a resenha, mas o vídeo está indisponível.
ResponderExcluirAtt, Cris.
Olá Cris. Que bom que gostou.
ExcluirEm relação ao vídeo, aqui está tudo ok. Caso tenha dificuldade para assisti-lo incorporado ao Blog, poderá buscar no Youtube pelo título da obra que com certeza irá encontrar.
Muito legal. Li o livro para fazer uma prova e no dia antes da prova li a resenha para refrescar a leitura. Obrigada pela ajuda e parabéns pelo trabalho.
ResponderExcluirQue bom Ju. Fico feliz em saber que esteja resenha pode ter lhe ajudado em sua prova. A leitura do livro ajuda a ter um bom entendimento sobre nosso sistema político e econômico em relação à outros encontrados pelo mundo e que são mencionados na leitura do livro. Agradeço pelo seu comentário.
ExcluirMuito bom... Adorei a resenha, me ajudou muito
ResponderExcluirAgradeço seu comentário. Fico muito feliz que tenha lhe ajudado! Volte sempre!
ExcluirNossa, Maravilhosa essa resenha !
ResponderExcluirMuito feliz pela palavra "maravilhosa" haha. Volte sempre!
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