10 maio 2016

A inconsciência de se importar

Já não quero mais explicar, pois nunca consigo me fazer por entendido. Então, aceito como parte de mim, como sendo Eu mesmo, algo inerente ao meu ser que sem isso, não seria Eu.
"Tornar-te aquilo que és". Nietzsche

Creio que o primeiro passo para isto seja aceitar quem és ou o que és, ou mesmo os dois. Este processo só se dá no autoconhecimento, e como somos um poço profundo de experiências recalcadas da vida, não é possível ter pleno domínio, visto que enquanto faz este processo tu está vivendo e adquirindo montanhas de informações que se acumulam para ser analisadas. Logo, analisar-se por completo poderá tomar toda sua vida e ainda não ser possível até o dia de sua morte. Por isso, é melhor aprender sobre si o que é importante para prosseguir na vida. Quando o último suspiro esvair, poderemos então aprender tudo sobre nós, pelo menos sobre a última vida terrena (se crês em alguma transcendência), pois estaremos fora da vida para podermos observar. Tempo e espaço nada poderá findar.

Então, o que é importante saber nesta ocasião de vida vivendo se esvaindo em um grande turbilhão?

Tu sabes o que te realizas? Sabes o que crias que se vê refletido, como num espelho? Já conhece alguém em que tu se espelhas? Alguém que lhe inspira? Que faz seu coração bater fortemente a ponto de deixar-te eufórico(a) e não ser capaz de falar ou raciocinar direito?

Ahh ... como é gostoso não ter que pensar sistematicamente, deixando a lógica para os infelizes. Que delicia estar com o coração doendo de tanto bater e nem se importar que seja seu último dia em vida. Que benção se alegrar e rir da chuva e do frio que faz doer seus ossos para depois acalentar seu corpo no calor do amor.

Tu podes fugir disto, mas o desejo de vivê-lo doera em sua alma com o nome de tédio, rotina.
Melhor é morrer em vida que morrer para si, morrer para o outro que viver em um sufoco.
Ouvir os gritos da ira do amor que ficar no silêncio do rancor.

Mas lhe advirto, meu caro amigo e amiga, que quem muito sabe sobre a vida, pouco a vive. E depois disto, pude me lembrar de um amigo que me disse "prometi a mim mesmo diminuir a leitura e a escrita", porque este sábio rapaz sabia que para aproveitar a vida, é vive-la.
Isso nunca significou um nunca, nem um sempre, mas registrou um momento de devaneio.

E a julgar pelo título que dei este post, tinha interesse em falar sobre outra coisa, mas minha vontade oculta me levou a escrever isto, só para ver o que eu sinto.

Beijos a você!

Capital Inicial - Independência (Acústico)
"Eu não gosto de me explicar, eu não gosto de me explicar"

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