Um convite se fez presente em um momento tão conturbado que só era expresso no encontro daquele que é contemplado. O convite foi aceito, mas deixado a qualquer momento.O momento se fez presente, me convidei para o convite que foi aceito gentilmente. Parto para o encontro e sou convidado a entrar. Eu já não era o mesmo, ele também não. Mas o que importa quando o que se faz presente são os sentimentos dos corações? - Nossa, como você emagreceu - com um sorriso e desdém da afirmativa me respondeu - Quase não tenho tempo para comer, emagreci mais de 10kg (...) - imaginei. Ao entrar fazemos um programa similar, mas num conforto familiar, como boa mãe que se mostra ser. Vinho e verdinho acompanhado de salgadinho. Foi uma alegria depois de tanto tempo rever o momento, mas lembrei que nenhum momento é como já foi o outro, então muita atenção eu prestei. Ouvi, ouvi e ouvi. Depois ouvi a música, ouvi o insulto, ouvi a desconstrução e continuei ouvindo. Entorpecido e muito atento ao que eu ouvia, já tinha me esquecido de ouvir a mim mesmo. Percebi que tudo o que tinha ouvido não se dizia respeito a quem eu tinha conhecido, porque já não era o que era. Entendi. Na insegurança que se tem a respeito da confiança faz com que mostremos apenas o que é superficial, como o fim de um copo de vinho. Percebe-se apenas que acabou, porque é isso mesmo que os nossos olhos mostram, ou que nossos ouvidos ouvem. Tudo faz parte. É hora de partir. Percebi que nem por um minuto o silêncio se fez presente, talvez porque ele diga muito e não queremos ouvi-lo. Confuso, entorpecido e com atenção dividida eu me perdi. Nisso eu vi a raiva ser expressada, o que me fez sorrir. É hora de partir e o mínimo que se pode fazer ou dizer é agradecer pelo curto momento que se pode curtir.
Agradeço pelo momento e pela paciência, pai!
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Enforque-se na corda da liberdade (Antônio Abujamra)